“VOCAÇÃO PARA EMPREENDER”

“VOCAÇÃO PARA EMPREENDER”

Abrir o seu próprio negócio é o sonho de milhões de brasileiros. A geração atual não pensa em fazer carreira em uma única empresa, pois já nasceu com a internet e com mais acesso a indústria de capital de risco. Essa nova geração quer formas de ganhar dinheiro, que não prejudiquem seu dinamismo e sua mobilidade, o que fortalece o empreendedorismo. Em alguns casos, até para “frear” um pouco desse entusiasmo, as empresas passem a adotar uma visão mais social dos seus investimentos, buscando sempre novos projetos.  Isso pode ser entendido como mais um artifício para fazer com que as pessoas fiquem mais tempo trabalhando nas empresas. De toda forma, é sabido que o caminho do empreendedorismo está repleto de percalços e que o almejado sucesso empresarial somente será alcançado com criatividade, constante inovação e gestão eficiente. Motivadas quase sempre pelas condições adversas da economia, as pessoas estão cada vez mais envolvidas em alguma forma de empreendimento, principalmente em projetos pequenos e de baixos investimentos. Para isso, elas entendem que medidas de terceirização devem ser tomadas para a retomada do crescimento. Espera-se que essas novas medidas tragam um ambiente de negócios mais propício, com redução na burocracia e na carga tributária e, obviamente, mais crédito disponível. Há uma tendência de que o empreendedorismo cresça na proporção em que os cidadãos se sintam mais maduros e conscientes de seu papel na sociedade. Porém, essa energia e cenários positivos serão desperdiçados, caso não haja uma melhora no ambiente de negócios e maior capacitação por parte dos empreendedores. Por outro lado, os empreendedores também têm que enfrentar alguns problemas, tais como: lentidão dos processos, órgãos de fiscalização sobrecarregados para a obtenção da licença de instalação e de operação, legislação ultrapassada, etc., além do tempo aplicado na apuração e no controle das obrigações tributárias. Portanto, é fundamental, para a melhora do ambiente de negócios, que o Congresso Nacional aprove medidas de impacto, que são: {a) aumento do limite dos rendimentos do sistema de tributação de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões; (b) ampliação do prazo para parcelamento de dívidas de 60 para 120 meses; (c) condições para acesso ao crédito e incentivo aos investidores; (d) facilidades na abertura e no fechamento de empresas, entre outras. Tendo como objetivo principal a desburocratização do dia-a-dia do empreendedor, incentivando a vocação, a competividade e a vida empresarial, certamente os negócios continuarão crescendo e, consequentemente, estimularão mais pessoas a se “arriscar” em ter seu empreendimento.

Cláudio Sá Leitão e Luís Henrique Cunha - Sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores.

PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO EM 13.11.2016