PRESSÃO NOS RELATÓRIOS DE AUDITORIA

PRESSÃO NOS RELATÓRIOS DE AUDITORIA

A auditoria é considerada uma das profissões mais promissoras da atualidade. A batalha diária dos auditores internos e externos (AIE) é uma constante. Os AIE estão sempre atentos aos controles internos e as alterações das normas e legislações para aperfeiçoar o conteúdo dos seus relatórios de auditoria e atender, de forma ética e transparente, às expectativas das empresas que, a cada dia, estão mais exigentes. Sendo profissionais de contabilidade e preocupados principalmente com números, os AIE estão cada vez mais atentos à gestão empresarial, aos aspectos de governança corporativa e às necessidades da empresa. Diante disso, não se pode negar o aumento da responsabilidade e da pressão que esses AIE recebem por meio de pedidos antiéticos para modificar a sua opinião, omitir descobertas e retirar ressalvas em seus relatórios. Geralmente, essa pressão vem do alto escalão da empresa. No caso da auditoria externa (AE), o objetivo dela é de atendimento às normas e de aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários, sejam eles internos ou externos. Isso somente é alcançado mediante a expressão de uma opinião da AE.  Essa opinião da AE expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro e de acordo com as práticas contábeis aplicáveis. Quanto ao auditor interno (AI), o seu trabalho principal é a verificação do cumprimento das normas internas e o melhoramento dos controles internos, prevenindo incidentes maiores, tais como fraudes e escândalos de corrupção. Em ambos os casos, os relatórios emitidos pelos AIE são de interesses de todas as partes das empresas e dos terceiros interessados, tais como os investidores, bancos, fornecedores, clientes etc. Devido a sua influência no ambiente corporativo das empresas, os AIE sofrem pressão para manter o relatório, tanto o de gestão interna como o de auditoria externa, com o seu conteúdo positivo. Tal pressão vem, principalmente, daqueles do alto escalão da empresa que sofrem maiores consequências causadas, principalmente, pela opinião dos auditores externos. O modelo ideal de uma empresa é aquele que se preocupa com a efetividade de seus processos e a fidedignidade dos seus números contábeis. Exercer pressão sobre o relatório dos AIE não alterará, de forma alguma, a realidade de uma empresa que não se preocupa com sua “saúde organizacional”.

Carla Sá Leitão e Monica Andrade – Auditoras da Sá Leitão.

PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO EM 22.03.2016