“O FATOR TEMPO”

Desde cedo, ainda, no início de minha carreira, como estudante de economia, dentre as muitas frases importantes que ouvi, durante os treinamentos, destaco essas duas: “tempo é dinheiro” e “o melhor amigo do auditor e do consultor é o relógio”. Podemos dizer que o tempo sempre nos parece limitado e em função disso tem um custo. Contudo, não devemos pensar unicamente no custo hora das pessoas envolvidas, mas no custo de oportunidade do que poderíamos ter feito nesse tempo. Quanto ao relógio, trata-se apenas de um instrumento de medida do tempo e que pode ser considerado um dos principais aliados do profissional que deseja sucesso na sua carreira. O tempo não discrimina ninguém. Talvez seja o único “bem” cuja distribuição é justa e equitativa entre todos os seres humanos, ricos, pobres, brancos, pretos, poderosos, humildes, etc. Também não é passível de ser estocado, não pode ser recuperado e é insubstituível. Por essa razão é um recurso inelástico. Passamos a maior parte de nossa vida tentando administrá-lo, no intuito de obtermos a almejada qualidade de vida. Para tanto, nossos esforços diários estão voltados para dividir nosso tempo, basicamente, entre estudo, trabalho e lazer/descanso. Com o avanço da tecnologia, aliada a disponibilidade relâmpago das informações, temos a impressão de que o tempo está passando mais rápido. E assim, passamos a utilizar essa tecnologia, como se pudéssemos vencer a barreira do tempo, em uma tentativa desesperada de fracionar as horas e os minutos do dia, para estar em muitos lugares ou cuidar de vários assuntos em um curto intervalo de tempo. Isso faz com que, quase sempre, tenhamos a falsa sensação de estarmos próximos das pessoas, mas na verdade continuamos distanciados fisicamente por conta das “maravilhas” tecnológicas. É incontestável que o uso da tecnologia nos traz bons frutos como a aceleração da produtividade. Porém, ao ultrapassar o limite de nossa privacidade, pode se tornar prejudicial. Vivemos em uma época onde pessoas saem juntas para se divertir e colocar a conversa em dia. Algumas preferem usar esse precioso tempo para ficarem no telefone celular, seja navegando pelas redes sociais ou trocando mensagens com aqueles que ironicamente não estão compartilhando de sua presença. Se temos a chance de estarmos com a família ou com amigos, por que não aproveitar esse tempo com essas pessoas que estão ao nosso lado? Portanto, o mais indicado para nossa saúde mental e física é aproveitar as facilidades da tecnologia para nos poupar tempo e, com isto, termos disponibilidade para ficarmos presentes de corpo e de alma com as pessoas que convivemos. Lembrando que o dinheiro tem os seus encantos e facilita a vida, mas o tempo é o combustível de nossa existência. Por isso, é que deve ser melhor aproveitado no momento presente, deixando de lado as angústias sobre o futuro e as preocupações com dívidas passadas, sempre investindo na alegria de viver, com paz de espírito, tranquilidade e qualidade de vida.

Cláudio Sá Leitão – Conselheiro pelo IBGC e CEO da Sá Leitão Auditores e Consultores.

PUBLICADO NO JORNAL DO COMMERCIO EM 06.07.2019